E se todos pulássemos ao mesmo tempo?

De vez em quando nos questionamos sobre os assuntos mais aleatórios, tais quais: quantas partículas tem no universo, quantos elefantes cabem em um campo de futebol ou quantas calorias têm um grão de arroz. E então faço o questionamento: já se perguntou sobre o que aconteceria caso todos pulássemos ao mesmo tempo? Provavelmente não, mas para a nossa sorte, alguns físicos se fizeram essa mesma pergunta, e reuni aqui alguns fatos sobre o assunto.

Embazamento físico

Para que possamos compreender o problema, é necessário alguns conhecimentos de física:

Primeiramente, vamos falar sobre a rotação da Terra. Assim como todas as rotações, ela segue a regra de conservação de momento angular. Finja que o nosso planeta é nada mais, nada menos do que uma patinadora de gelo, girando. Caso ela feche os braços, aproximando-os de seu corpo, vai girar mais rápido. Isso porque houve uma mudança em seu momento de inércia – quanto mais massa perto do centro de massa de um corpo rotacionando, mais rotações por minuto ele faz.

Logo, se apenas uma pessoa deitasse no chão, se aproximando o máximo possível do centro de massa da Terra, ela faria com que a terra girasse mais rápido, fazendo com que o dia fosse mais curto. Porém, vale ressaltar que a diferença que essa pessoa faria é tão pequena que não é possível medi-la,  mas não é de modo algum, nula.

Mas e se houvesse uma mudança na configuração da Terra maior do que apenas uma pessoa deitada? Em 2011, o Japão sofreu o “Terremoto de Fukushima”, que foi um abalo sísmico de magnitude 9.0-9.1 na Escala Richter. Esse desastre natural distribuiu tanta massa para o centro da Terra que fez com que, desde março de 2011, todos os dias fossem aproximadamente 0.0000018 segundos mais rápido. 

E a pergunta?

Então vamos finalmente para a grande pergunta: o que aconteceria caso todas as pessoas do mundo pulassem, ao mesmo tempo? Rhett Allain, um professor de física da Southeastern Louisiana University fez os cálculos para caso todos estivessem no mesmo local, fazendo algumas suposições, é claro, como o número de pessoas vivas, peso médio, altura do pulo, massa da Terra, etc… e chegou a conclusão de que: ao pularmos, a Terra iria se movimentar 1/100 da largura de um átomo de hidrogênio, e girar 2.6*10^-13m/s mais lenta. Mas é claro que, ao cairmos de volta, o planeta iria retornar ao seu lugar. 

Pode parecer muito insignificante, mas isso apenas olhando de fora. Para nós, o resultado seria um som de 200 decibéis (som mais alto já criado na Terra), capaz de estourar o tímpano de qualquer um, além de um terremoto de magnitude 4 à 8, que poderia ir de uma leve tremida a um desastre quase tão grande quanto o “Terremoto de Fukushima”.

Referências

https://www.businessinsider.com/what-happens-if-everyone-on-earth-jumps-at-the-same-time-2016-6

https://www.wired.com/2010/08/what-if-everyone-jumped/

https://www.youtube.com/watch?v=jHbyQ_AQP8c&ab_channel=Vsauce

 

Graduando em Engenharia Eletrônica | Membro do PETEEL desde o semestre 22.2

Interesses: Desenvolvimento de software

theomvasc@gmail.com

LinkedIn

Théo Matias Accioli de Vasconcellos
slotonline