Nome completo: Hans Helmut Zürn
Departamento: Departamento de Engenharia Elétrica e Eletrônica.
Biografia: Hans nasceu no ano de 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, na cidade de Breslávia, Baixa Silésia (onde hoje é o território da Vratislávia, Polônia). Ele veio para o
Brasil em 1949, com a guerra já terminada, acompanhado de seus pais em um navio de
repatriados. Inicialmente se instalou em Porto Alegre com sua família, onde começou
estudando em colégio particular, mas logo transferindo-se para o público Júlio de Castilhos
(equivalente ao Instituto Estadual de Educação), que era referência na época. Após concluir
o ginásio, Hans ingressou em uma faculdade de engenharia para fazer o curso de
mecânico-eletricista, o qual tinha duração de 6 anos naquela época, vindo a se formar em
1966. Foi apenas 11 anos depois, em março de 1977, que Hans veio trabalhar na UFSC,
chegando a completar seus 50 anos de instituição em 2017. Começando como auxiliar de
ensino, ele teve a oportunidade de dar aula para as duas primeiras turmas de Engenharia
Elétrica – curso que acabara de se consolidar na universidade – antes de ir aos Estados
Unidos por um ano e meio para fazer seu mestrado em Houston, Texas. Logo depois disso,
Hans foi ao Canadá para fazer seu doutorado na área de Sistemas de Potência.
Carreira:
Área de atuação: Hans começou na área de Eletromagnetismo, dando aulas
para a graduação da UFSC nos Campus de Florianópolis e Araranguá ao mesmo tempo,
revezando entre as cidades durante a semana. Ele também atuou na área de
Servomecanismos, que hoje é chamada de Sistemas de Controle.
Por que escolheu Engenharia? Hans se tornou engenheiro por influência do seu pai, que
era engenheiro e doutorando na área de metalurgia durante a Segunda Guerra Mundial. A
maior pesquisa com a qual seu pai esteve envolvido foi a da retirada de alumínio a partir do
barro comum – embora tenha sido interrompida com o fim da guerra, antes que se pudesse
ter chegado a uma conclusão.
Por que escolheu a carreira de professor? Após ter feito estágio em empresas como
Hipotronics e Varig, Hans foi convidado pelo professor Stemmer a vir lecionar na UFSC, que
havia acabado de ser construída. Encantando-se pela cidade de Florianópolis – que embora
a tivesse achado atrasada para a época, também a viu como sendo um lugar tranquilo e
sossegado –, aceitou o convite para ingressar na vida de docente. Hans também admitiu ter
tido influências de seu pai, quem foi professor na UFRGS pelo tempo em que viveu no
Brasil.
Maior desafio da carreira: O maior desafio que Hans admite já ter tido foi seu doutorado, no qual ele
enfrentou muitos problemas – tendo inclusive que trocar de tese no meio do doutorado em
virtude da troca de orientador.
Maior conquista: Hans diz que ser homenageado em formaturas, ser paraninfo, e fazer
discursos é uma grande honra. No entanto, ele afirma com suas próprias palavras que “a
maior recompensa que um professor pode ter é o sorriso de seus alunos.”
Matérias que ministra/ministrou: Hans começou com Eletromagnetismo, mas logo passou a ministrar a matéria de Circuitos, na qual mais se dedicou durante o período em que esteve responsável pelas turmas da graduação. Depois de algum tempo, ele ficou encarregado de ensinar Sistemas de Potência e ocasionalmente disciplinas introdutórias para a pós-graduação, onde mais deu aulas durante sua carreira. Quando o curso de Engenharia de Energias em Araranguá foi inaugurado, Hans lecionou disciplinas como as de Transmissão e Distribuição de Energias, Geração e Distribuição na Rede, Eletromagnetismo – tendo sido esta sido a sua última disciplina ministrada, justamente a pela qual começou sua carreira.
Laboratórios que trabalha/trabalhou: Quando Hans começou a trabalhar na UFSC, o
departamento era dividido apenas em grupos e não em laboratórios, devido à falta de
espaço físico. Com o tempo, a universidade foi adquirindo novos espaços e cada grupo pôde concretizar seu laboratório próprio. Assim que foi construído, o professor ingressou no
LABSPOT (Laboratório de Sistemas de Potências), que é onde ainda trabalha atualmente.
Ser professor no DEEL é: “É gratificante. Há muita troca de experiências entre colegas
aqui no departamento, e também tem excelentes alunos. Como sempre trabalhei em
disciplinas de introdução, conheci os alunos desde o começo do curso até a última fase.”
Pessoal:
Hobbies: Hans afirma que gosta de ler e “surfar na net”, principalmente para encontrar
novidades. Quando perguntado sobre o que prefere pesquisar na internet, o professor
afirmou que não se limita à engenharia, sentido-se interessando por qualquer área – em
especial as de história, geografia e atividades espaciais. Ele também costumava colecionar
enciclopédias, mas apesar de ainda tê-las em casa, encontram-se em desuso em virtude da
Wikipédia.
Estilos musicais: Gosta de música clássica. Também comentou escutar música popular, mas disse
que não faz muita questão de ouvir desse tipo.
Filme: Hans admitiu não gostar muito de filmes, especialmente os de ficção científica,
preferindo a documentários.
Um lugar: Em Santa Catarina, Hans diz gostar muito das praias de Imbituba, no sul do
estado. Já no Rio Grande do Sul, ele gosta da região dos cânions e da região de Canela e
Gramado, onde possui um terreno que foi herança de seu avô.
Ídolo: Um dos maiores ídolos de Hans é o professor e ex-reitor desta instituição, Caspar Erich Stemmer, quem foi diretamente responsável por trazê-lo a Florianópolis.
Conselho para os futuros engenheiros: “Meu único conselho seria o de se manter
sempre atualizado. A engenharia muda muito rápido, então vale muito a pena ir sempre se
atualizando. Fazer um bom curso, de preferência sempre buscando extensão. Muitas
empresas não gostam de doutores porque acham que esses são extremamente teóricos. Já
os recém-formados vão direto ao assunto, e o empresário quer solução.”